quarta-feira, 25 de março de 2009

ENTROPIA SOCIAL E POLÍTICA

Publicado: sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Estamos hoje no limite do caos, onde os meios de transporte e os valores humanos estão na rota do colapso com a perda da sustentabilidade.

Fundamentada em valores éticos distorcidos, a sociedade parece sem rumo. De políticos a donas de casa, passando por trabalhadores e demais membros da sociedade é preciso fazer uma reflexão, para saber se cada um de nós está; fazendo parte para melhorar o País onde vivemos.
Em pleno Século XXI, nunca antes estivemos tão desorientados em relação necessária para construirmos um ambiente social sustentável para as gerações futuras.
Estamos hoje no limite do caos, onde os meios de transporte e os valores humanos estão na rota do colapso com a perda da sustentabilidade.
Passamos um momento onde a ética se confunde com a estética, a imagem é mais valorizada que o conteúdo, o status é medido pelo mercado de consumo e a felicidade é coisa do futuro. Vivemos literalmente um momento de ruptura, neologismo necessário para explicar o que éInexplicável, porque não estamos apenas vivendo num momento de grandes transformações, mas de rupturas em cadeia, que mudam mais rápido do que podemos entender e que nos deixam com uma sensação de perplexidade, tirando o fôlego e aumentando a pressão sanguínea.
Vivemos hoje em um mundo de contradições. Ao mesmo tempo em que o desenvolvimento tecnológico nos proporciona um ambiente interconectado e interdependente, com um novo e eficiente sistema gerador de riquezas, baseado no processamento da informação, nas redes de comunicação, geração de conhecimento e inovação; a sociedade humana se apresenta como um ambiente de oportunismo e oportunistas, que repousa em um modo de ser que tem como modelo o individualismo desconectado da sua própria natureza e dependente dos padrões de consumo e competição, em busca de um prazer sem limites e irresponsável.
Parece que há alguma coisa fora da ordem. Segundo o grande pensador Francês Edgard Morin,...”quanto maior é a complexidade de um sistema, maior é a sua liberdade, mas se todos os membros fossem livres, se a complexidade fosse extrema, a sociedade se dissolveria, se dispersaria. Então o que pode manter unida a sociedade e, ao mesmotempo, com a maior liberdade possível, é apenas o sentimento vivido da solidariedade entre os seus membros, além da responsabilidade”.
Se quisermos uma sociedade melhor e mais humana para viver, todos nós cidadãos, políticos, empresários e lideranças dos vários segmentos precisamos olhar para o nosso íntimo e perguntarmos com coragem e franqueza, aquela franqueza que só as pessoas realmente dignas podem ter: Será que estamos fazendo nossa parte? Ou apenas estamos aparecendo na foto? Será que nossas escolhas estão contribuindo para um futuro sustentável que todos queremos, onde nossos filhos realmente poderão pelo menos viver em paz?
Vivemos hoje um estado de entropia social e política que nos deixa sem saída. A lei da termodinâmica nos diz que toda energia disponível no universo executa um movimentoque vai da ordem perfeita à desordem absoluta, na qual se esgotará completamente.
Assim como quando compramos um objeto de desejo novo, sabemos que um dia, na linha do tempo, ele quebrará e/ou se diluirá. Parece que estamos indo para o colapso. Mas, os sistemas vivos podem, até certo ponto, escapar à entropia por capacidade de auto-organização; neles uma ordem superior não previsível pela entropia pode surgir do beco sem saída que é o caos.
Assim como as folhas secas do inverno alimentam a terra, transformando-se em húmus nutritivo para que novas plantas possam florescer e frutificar na nova ordem da primavera, numa circularidade cíclica; necessitamos voltar ao ventre da nossa mãe natureza e a reaprendermos que a sobrevivência depende da capacidade de transformarmos os nossos resíduos da nossa tecnologia, do nosso conhecimento e das nossas experiências em alimentos para nossos filhos e para as futuras gerações, seguindo o ritmo natural da evolução.
Temos que reprogramar o nosso social, político e cultural, para encontrarmos novos significados, novas respostas para nossos problemas.
Precisamos reunir as informações existentes para mudar o nosso modo de ver e entender, através de um novo olhar, mais humano, amoroso e solidário. Porque só assim, usando toda a nossa criatividade, poderemos escapar da entropia cega que nos leva para autodestruição na seta do tempo.
Precisamos fazer a nossa parte e termos a consciência de que aqueles que escolhermos para serem nossos representantes políticos são, na verdade, apenas a extensão da nossa vontade, devendo cumprir com a sua obrigação moral e pública de alimentar a nossa terra, com o húmus da humildade e da honestidade, para que possamos arrumar a nossa casa, varrer o nosso chão e alimentar as nossas crianças com dignidade. E um dia, talvez, as metas do milênio não serão mais criadas para acabar com as mazelas do nosso planeta, mas para encontrarmos o caminho da perpetuação da paz. Aí então, poderemos reescrever nossa história e, definitivamente, desfrutar o grande mistério da vida.
Rubens dos Santos CraveiroPresidente do S.T.E.F.Z.S

Nenhum comentário: