quarta-feira, 6 de maio de 2009

Partidos ampliam articulações para a disputa em São Paulo

SÃO PAULO - Passado o susto causado pela crise financeira, os partidos políticos voltam agora o foco às disputas eleitorais de 2010. Ao contrário da disputa federal, que já tem seus principais personagens definidos, as articulações no Estado de São Paulo estão na fase inicial, mas a briga nos blocos da situação e da oposição deve esquentar - a começar pelo PTB, do deputado estadual Campos Machado, que promete buscar um lugar ao sol dentro da chapa tucana. "Sempre fomos leais aos governos do PSDB. Está na hora de essa lealdade ser recompensada", diz Machado.Para ele, essa "recompensa" pode vir de duas formas: vaga para a disputa do Senado - possivelmente Romeu Tuma, cujo mandato expira em 2010 - ou indicação de um nome do partido para vice-governador.Campos Machado aposta em uma estratégia ousada de crescimento na militância para aumentar esse poder de barganha junto ao bloco PSDB-DEM, que já conta com o PMDB. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta o PTB como o terceiro maior partido em São Paulo, com 30 mil filiados. A estratégia é mais do que triplicar esse número, agregar mais de 70 mil filiações e chegar próximo do PMDB, que tem cerca de 120 mil filiados.O fortalecimento do partido no interior se dará pela criação de pelo menos 25 escritórios regionais em cidades médias e grandes de São Paulo, para "aproximar o partido da população", segundo Campos Machado. O PTB aposta em personalidades com grande apelo popular, estreantes na política. Uma cerimônia recente marcou a filiação dos jogadores de futebol Vampeta e Marcelinho Carioca e a do ex-pugilista Maguila.O presidente do PSDB estadual, deputado federal Antônio Carlos de Mendes Thame, mostrou-se surpreso com o apelo de Campos Machado, mas afirmou que o PTB terá lugar na coligação. "O PTB foi um partido que sempre deu suporte parlamentar aos governos do PSDB, desde a gestão de Mário Covas. É uma aproximação natural, advinda das trincheiras políticas, não de mesa de bar", disse. Mendes Thame afirmou, porém, que o papel do partido na aliança só deve ser definido em 2010.Para a ex-deputada federal Zulaiê Cobra, ex-tucana e futura filiada do DEM, o PTB só poderia pleitear uma das vagas do Senado, uma vez que todas as outras já teriam dono: os secretários estaduais Aloysio Nunes Ferreira e Guilherme Afif Domingos, respectivamente, para governador e vice, e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) a uma vaga do Senado.De acordo com Quércia, a participação do PTB ficaria condicionada ao PSDB abrir mão de indicar um nome para disputar uma vaga no Senado. "A participação do PTB dependerá do entendimento do PSDB. A negociação deverá ser feita sobretudo com os tucanos", afirmou.O prefeito Gilberto Kassab, presidente estadual do DEM, afirmou que a divisão de cargos na coligação "acontecerá no momento certo. A questão mais importante neste momento é garantirmos a manutenção da aliança que hoje administra o Estado de São Paulo e a continuidade do projeto de governo que traz enormes avanços ao estado e tem grande apoio da população", afirmou. Ele nega que concorrerá ao governo.Terceira viaEnquanto isso, no PT, um terceiro nome está ganhando força dentro do partido para a disputa do governo de São Paulo. A tendência Democracia Socialista quer emplacar o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, para a disputa do Governo de São Paulo. Os outros pré-candidatos são o deputado federal Antônio Palocci e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza.O prefeito de São Bernardo do Campo, o ex-ministro e petista Luiz Marinho, vê na candidatura do PT ao governo paulista a solução de busca de apoio fora do partido para compor uma chapa forte. " Eu estou fora da disputa, portanto, posso ajudar muito o partido na condução da campanha. Mas tudo vai clarear depois de uma grande pesquisa qualitativa no estado. Precisamos ver como se sai o Palocci, o Haddad, para ver como compor a chapa final", diz Marinho, para quem, se surgir um nome forte de consenso na coligação, o PT deve ceder a cabeça de chapa para ganhar a eleição.Já o deputado federal José Eduardo Cardozo é um dos que apostam no lançamento de Haddad pelo PT. "É preciso que o partido busque o consenso, independentemente das correntes ideológicas. Está na hora de o PT apostar em caras novas, e o Haddad é um excelente nome", afirmou. Ao mesmo tempo, a escolha do ministro fortaleceria o nome do Cardozo, pré-candidato à presidência do PT.
FONTEDCI - Diário do Comércio e Industria
Maria Domingues4/5/09

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