domingo, 31 de maio de 2009

Carro apreendido usado pela Polícia Federal leva 42 multas

Um carro apreendido e guardado pela Polícia Federal levou 42 multas de trânsito depois que a Justiça autorizou o uso do veículo em serviço oficial. O dono teve o veículo apreendido por suspeita de compra com dinheiro de câmbio ilegal.



Veja o site do SPTV



A Justiça autorizou os policiais a usarem o carro apreendido "exclusivamente em investigações da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros". Em 12 meses nas mãos da polícia, o carro tomou 42 multas: excesso de velocidade, uso de celular ao volante, falta de cinto de segurança.

Mas as multas e os pontos na carteira foram para o dono do carro. Ele precisou de um advogado para ver os pontos cancelados e ter parte das multas perdoadas. Ainda assim, pagou sete, no valor de quase R$ 700, para poder vender o carro.

A Polícia Federal não informou quem é o funcionário da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros que usou o carro apreendido e levou 42 multas. Também não informou se ele teve algum tipo de punição. O que o chefe da delegacia assegurou é que, durante todo o tempo, o carro foi usado em serviço, para investigações policiais.

Inclusive em 14 de junho de 2008, quando o sistema de pagamento eletrônico de um pedágio registrou a passagem do carro rumo ao litoral. Era um sábado. Segundo a policia, o carro também estava em serviço quando foi multado por excesso de velocidade no dia de Natal.



Fraude

Já uma mulher teve o carro usado como garantia para levantar empréstimos bancários. Ela não vendeu o veículo, e o comprador não levou. O carro está em um depósito da Justiça, em São Paulo. Ele foi apreendido há dois anos. Na época da negociação, estava sob a guarda da Polícia Federal.


"Eu não sei como alguém conseguiu comprar o meu carro sem documento nenhum", reclama a vítima.

O documento de transferência foi adulterado, e o falso dono deu o carro como garantia de um empréstimo bancário de quase R$ 50 mil. Ele nunca pagou uma prestação e desapareceu com o dinheiro.


"Como é que esses estelionatários, esses golpistas ficam sabendo que esse carro está apreendido e está no pátio da Policia Federal? Alguém está recebendo informação privilegiada, eu não tenho a menor dúvida", afirma advogado da vítima, Adriano Vanni..



"Eu creio que alguém me deve uma explicação. Não sei quem, mas alguém me deve", diz a vítima.
Fonte. G1 Globo.com

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